sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Resposta do Pr. Silas Malafaia ao Bispo Macedo

A Pipoca


Rubem Alves
A culinária me fascina. De vez em quando eu até me até atrevo a cozinhar.
Mas o fato é que sou mais competente com as palavras do que com as panelas.
Por isso tenho mais escrito sobre comidas que cozinhado.
Dedico-me a algo que poderia ter o nome de "culinária literária".
Já escrevi sobre as mais variadas entidades do mundo da cozinha: cebolas, ora-pro-nobis, picadinho de carne com tomate feijão e arroz, bacalhoada, suflês, sopas, churrascos.
Cheguei mesmo a dedicar metade de um livro poético-filosófico a uma meditação sobre
o filme A Festa de Babette que é uma celebração da comida como ritual de feitiçaria.
Sabedor das minhas limitações e competências, nunca escrevi como chef.
Escrevi como filósofo, poeta, psicanalista e teólogo
— porque a culinária estimula todas essas funções do pensamento.
As comidas, para mim, são entidades oníricas.
Provocam a minha capacidade de sonhar.
Nunca imaginei, entretanto, que chegaria um dia em que a pipoca iria me fazer sonhar.
Pois foi precisamente isso que aconteceu.
A pipoca, milho mirrado, grãos redondos e duros, me pareceu uma simples molecagem, brincadeira deliciosa, sem dimensões metafísicas ou psicanalíticas.
Entretanto, dias atrás, conversando com uma paciente, ela mencionou a pipoca.
E algo inesperado na minha mente aconteceu.
Minhas idéias começaram a estourar como pipoca.
Percebi, então, a relação metafórica entre a pipoca e o ato de pensar.
Um bom pensamento nasce como uma pipoca que estoura, de forma inesperada e imprevisível.
A pipoca se revelou a mim, então, como um extraordinário objeto poético.
Poético porque, ao pensar nelas, as pipocas, meu pensamento se pôs a dar estouros
e pulos como aqueles das pipocas dentro de uma panela.
Lembrei-me do sentido religioso da pipoca.
A pipoca tem sentido religioso?
Pois tem.Para os cristãos, religiosos são o pão e o vinho, que simbolizam
o corpo e o sangue de Cristo, a mistura de vida e alegria (porque vida, só vida,
sem alegria, não é vida...).
Pão e vinho devem ser bebidos juntos.
Vida e alegria devem existir juntas.
Lembrei-me, então, de lição que aprendi com a Mãe Stella,
sábia poderosa do Candomblé baiano: que a pipoca é a comida sagrada do Candomblé...
A pipoca é um milho mirrado, subdesenvolvido.
Fosse eu agricultor ignorante, e se no meio dos meus milhos graúdos aparecessem aquelas espigas nanicas, eu ficaria bravo e trataria de me livrar delas.
Pois o fato é que, sob o ponto de vista de tamanho,
os milhos da pipoca não podem competir com os milhos normais.
Não sei como isso aconteceu, mas o fato é que houve alguém que teve
a idéia de debulhar as espigas e colocá-las numa panela sobre o fogo,
esperando que assim os grãos amolecessem e pudessem ser comidos.
Havendo fracassado a experiência com água, tentou a gordura.
O que aconteceu, ninguém jamais poderia ter imaginado.
Repentinamente os grãos começaram a estourar,
saltavam da panela com uma enorme barulheira.
Mas o extraordinário era o que acontecia com eles:
os grãos duros quebra-dentes se transformavam em flores brancas e
macias que até as crianças podiam comer.
O estouro das pipocas se transformou, então, de uma simples operação culinária,
em uma festa, brincadeira, molecagem, para os risos de todos,
especialmente as crianças. É muito divertido ver o estouro das pipocas!
E o que é que isso tem a ver com o Candomblé?
É que a transformação do milho duro em pipoca macia é símbolo da grande transformação porque devem passar os homens para que eles venham a ser o que devem ser.
O milho da pipoca não é o que deve ser.
Ele deve ser aquilo que acontece depois do estouro.
O milho da pipoca somos nós: duros, quebra-dentes, impróprios para comer,
pelo poder do fogo podemos, repentinamente, nos transformar em outra coisa
— voltar a ser crianças! Mas a transformação só acontece pelo poder do fogo.
Milho de pipoca que não passa pelo fogo continua a ser milho de pipoca, para sempre.
Assim acontece com a gente.
As grandes transformações acontecem quando passamos pelo fogo.
Quem não passa pelo fogo fica do mesmo jeito, a vida inteira.
São pessoas de uma mesmice e dureza assombrosa.
Só que elas não percebem. Acham que o seu jeito de ser é o melhor jeito de ser.
Mas, de repente, vem o fogo.
O fogo é quando a vida nos lança numa situação que nunca imaginamos.
Dor. Pode ser fogo de fora: perder um amor, perder um filho, ficar doente,
perder um emprego, ficar pobre.
Pode ser fogo de dentro. Pânico, medo, ansiedade, depressão
— sofrimentos cujas causas ignoramos.
Há sempre o recurso aos remédios.
Apagar o fogo. Sem fogo o sofrimento diminui.
E com isso a possibilidade da grande transformação.
Imagino que a pobre pipoca, fechada dentro da panela,
lá dentro ficando cada vez mais quente, pense que sua hora chegou: vai morrer.
De dentro de sua casca dura, fechada em si mesma,
ela não pode imaginar destino diferente.
Não pode imaginar a transformação que está sendo preparada.
A pipoca não imagina aquilo de que ela é capaz.
Aí, sem aviso prévio, pelo poder do fogo, a grande transformação acontece: PUF!!
— e ela aparece como outra coisa, completamente diferente,
que ela mesma nunca havia sonhado.
É a lagarta rastejante e feia que surge do casulo como borboleta voante.
Na simbologia cristã o milagre do milho de pipoca está representado pela morte
e ressurreição de Cristo: a ressurreição é o estouro do milho de pipoca.
É preciso deixar de ser de um jeito para ser de outro.
"Morre e transforma-te!" — dizia Goethe.
Em Minas, todo mundo sabe o que é piruá.
Falando sobre os piruás com os paulistas, descobri que eles ignoram o que seja.
Alguns, inclusive, acharam que era gozação minha,
que piruá é palavra inexistente.
Cheguei a ser forçado a me valer do Aurélio para confirmar o meu conhecimento da língua.
Piruá é o milho de pipoca que se recusa a estourar.
Meu amigo William, extraordinário professor pesquisador da Unicamp,
especializou-se em milhos, e desvendou cientificamente o assombro do estouro da pipoca.
Com certeza ele tem uma explicação científica para os piruás.
Mas, no mundo da poesia, as explicações científicas não valem.
Por exemplo: em Minas "piruá" é o nome que se dá às mulheres que não conseguiram casar. Minha prima, passada dos quarenta, lamentava: "Fiquei piruá!"
Mas acho que o poder metafórico dos piruás é maior.
Piruás são aquelas pessoas que,
por mais que o fogo esquente, se recusam a mudar.
Elas acham que não pode existir coisa mais maravilhosa do que o jeito delas serem.
Ignoram o dito de Jesus:
"Quem preservar a sua vida perdê-la-á".
A sua presunção e o seu medo são a dura casca do milho que não estoura.
O destino delas é triste.
Vão ficar duras a vida inteira.
Não vão se transformar na flor branca macia.
Não vão dar alegria para ninguém.
Terminado o estouro alegre da pipoca,
no fundo a panela ficam os piruás que não servem para nada.
Seu destino é o lixo.
Quanto às pipocas que estouraram,
são adultos que voltaram a ser crianças e que sabem que a vida é uma grande brincadeira...
"Nunca imaginei que chegaria um dia em que a pipoca iria me fazer sonhar.
Pois foi precisamente isso que aconteceu".


Imagens do Google

"Seu" Lunga



"Seu" Lunga descansava na rede. Manda o sobrinho trazer-lhe um pouco de leite.
O garoto pergunta :
- No copo ?
Ele responde :

- Não. Bota no chão e vem empurrando com o rodo, fí duma égua !!!
O funcionário do banco veio avisar

- "Seu" Lunga, a promissória venceu.
- Meu filho, pra mim podia ter perdido ou empatado.


"Seu Lunga", no elevador (no subsolo-garagem). Alguém pergunta :

- Sobe ?
Ele :
- Não, esse elevador anda de lado.

"Seu" Lunga vai saindo da farmácia, quando alguém pergunta :
- Tá doente ?
- Quer dizer que se eu fosse saindo do cemitério, eu tava morto ?

O amigo de "seu" Lunga o cumprimenta :
- Olá, tá sumido ! Por onde tem andado ?
- Pelo chão, não aprendi a voar ainda...

“Seu" Lunga chega num bar e fala pro atendente :
- Traz uma cerveja e bota o disco de Luiz Gonzaga pra eu ouvir !
- Desculpe, "seu" Lunga, não posso botar música hoje...
- Mas porque ?
- Meu avô morreu !
- E ele levou os discos, foi ?

Durante a madrugada, a mulher do "seu" Lunga passa mal :
- Lunga ! Ta me dando uma coisa...
- Receba !
- Mas é uma coisa ruim !
- Então devolva !

"Seu" Lunga entrando em uma loja agropecuária.
-Tem veneno pra rato ?
-Tem ! Vai levar ? - pergunta o balconista.
-Não, vou trazer os ratos pra comer aqui !

segunda-feira, 24 de outubro de 2011


Imagem do Google
O Pastor Silas Malafaia lançou no mercado uma invenção que vai revolucionar o mundo: o mata capeta. Trata-se de um spray que remove o diabo do couro das pessoas. O produto chega ao mercado na próxima semana por um preço em torno de 100 reais. Cada frasco dá para remover o diabo de umas 20 pessoas.

Para o ajudante de pedreiro José Jair Jacob, esta invenção chegou em boa hora. “Toda semana quando vou à Igreja o pastor tira o diabo do meu couro. Bate em mim, me joga no chão, me dá tapas, e agora com esse spray basta me dedetizar que o problema será resolvido”, disse.

A dona de casa Carmem Cotovelo Castro também gostou da invenção e disse que comprará centenas de frascos porque segundo ela, o marido costuma chegar bêbado em casa de madrugada com o diabo no couro.
Pastor lança no mercado Spray Mata Capeta para retirar o diabo do couro das pessoas


http://www.g17.com.br/noticia.php?id=273

Caçando Porcos Selvagens



- Você se sente um porco selvagem ???
Então lute para não ser caçado....
Você sabe como capturar porcos selvagens?
Havia um professor de química em um grande colégio com
alunos de intercâmbio em sua turma.
Um dia, enquanto a turma estava no laboratório,
o professor notou um jovem do intercâmbio que continuamente
coçava as costas e se esticava como se elas doessem.
O professor perguntou ao jovem qual era o problema.
O aluno respondeu que tinha uma bala alojada nas costas
pois tinha sido alvejado enquanto lutava contra os comunistas de seu
país nativo que estavam tentando derrubar seu governo e
instalar um novo regime, um "outro mundo possível".
No meio da sua história ele olhou para o professor e fez uma
estranha pergunta:
- O senhor sabe como se capturam porcos selvagens?
O professor achou que se tratava de uma piada e
esperava uma resposta engraçada.
O jovem disse que não era piada.
- Você captura porcos selvagens encontrando um lugar adequado
na floresta e colocando algum milho no chão
. Os porcos vêm todos os dias comer omilho gratuito.
Quando eles se acostumam a vir todos os dias,
você coloca uma cerca mas só em um lado.
Quando eles se acostumam com a cerca,
voltam a comer o milho e você coloca um outro lado da cerca.
Mais uma vez eles se acostumam e voltam a comer.
Você continua desse jeito até colocar os quatro lados
da cerca em volta deles com uma porta no último lado.
Os porcos, que já se acostumaram ao milho fácil e às cercas,
começam a vir sozinhos pela entrada. Você então fecha a porteira e
captura o grupo todo. Assim, em um segundo,
os porcos perdem sua liberdade. Eles ficam correndo e
dando voltas dentro da cerca, mas já foram pegos.
Logo, voltam a comer o milho fácil e gratuito.
- Eles ficaram tão acostumados que esqueceram como caçar na floresta,
e por isso aceitam a servidão.
O jovem então disse ao professor que era exatamente isso que ele
via acontecer no seu país.
O governo ficava empurrando-os
para o comunismo e o
socialismo e espalhando o milho gratuito
na forma de programas de auxílio de renda, bolsas isso e aquilo,
impostos variados, estatutos de "proteção",
cotas para estes e aqueles,
subsídio para todo tipo de coisa,
pagamentos para não plantar,
programas de "bem-estar social",
medicina e medicamentos "gratuitos",
sempre e sempre novas leis, etc,
tudo ao custo da perda contínua das liberdades,
....migalha a migalha.
Devemos sempre lembrar que
"Não existe esse negócio de almoço grátis" e
também que "não é possível alguém prestar um serviço
mais barato do queseria se você mesmo o fizesse".
* * *
* * *
Esta "História" foi enviada pelo Contadora de Histórias
Jussara Santos.


* * *

domingo, 23 de outubro de 2011

O Parto, a Próstata e a Vingança


Ela com 19 e eu com 20 anos de idade.
Lua-de-mel,viagens, prestações da casa própria e o primeiro bebê, tudo uma beleza..
Anos oitenta a moda na época era ter uma filmadora do Paraguai.
Sempre tinha ou tem um vizinho ou mesmo amigo contrabandista, disposto a trazer aquela muambinha por um precinho muito bom!
Hora do parto ela tinha muita vergonha, mas eu teimoso, desejava muito eternizar aquele momento. Invadi a sala de parto com a câmera no ombro e chorei enquanto filmava o parto do meu primeiro filho.
Todo mundo que chegava lá em casa era obrigado a
assistir ao filme.
Perdi a conta de quantas cópias eu fiz do parto e distribuí entre amigos, parentes e parentes dos amigos.
Meu filho e minha esposa eram os meus orgulho e tesouro.
Três anos se passaram ai nova gravidez, novo parto, nova filmagem, nova crise de choro, tudo como antes.
Como ela "categoricamente" me disse que não queria que eu a filmasse dessa vez, sem ela esperar invadi a sala de parto e mais uma vez com a câmera ao ombro cumpri o mesmo ritual.
As pessoas que me conhecem sabem que em mim havia naquele momento apenas o amor de pai e marido apaixonado nesse ato.
O fato de fazer diversas cópias da fita era apenas uma demonstração de meu orgulho.
Nada que se comparasse ao fato de ela, essa semana num instinto de vingança, invadisse a sala do meu urologista, com a câmera ao ombro, filmando o meu exame de próstata.
Eu lá, com as pernas naquelas malditas perneiras, o cara com um dedo (ele jura que era só um!) quase na minha garganta e minha mulher gritando:
- Ah! Doutoooor!
Que maravilha! Vou fazer duas mil cópias dessa fita! Semana que vem estou enviando uma para o senhor!
Meus olhos saindo da órbita fuzilaram aquela cachorra, mas a dor era tanta que não conseguia nem falar.
O miserável do médico, pra se exibir, girou o dedão!!!
Ah eu na hora vi o teto a dois centímetros do meu nariz.
E a minha mulher continuou a gritar, como se fosse um diretor de cinema:
Isso, doutor! Agora gire de novo, mais devagar dessa vez. Vou dar um close agora...
Na hora alcancei um sapato no chão e joguei na maldita.
Agora amigos, estou escrevendo este e-mail, pedindo aos amigos, parentes e outro mais que receberem uma cópia do filme, que o enviem de volta para mim.
Eu pago o reembolso.
Luiz Fernando Veríssimo

Imagens do Glooge

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

O aniversário da Hilma



HILMA, UMA SENHORA DE MUUUIIITAA IDADE, PEDE A SUA FILHA:
- "FILHINHA", (A FILHINHA TEM 62 ANOS, CALCULEM A IDADE DA MÃE)
- SIM MAMÃE, DIZ A FILHA....
- BEM, EU QUERIA FAZER UMA REUNIÃO AQUI COM AS MENINAS, SERÁ QUE VC PODERIA ME DAR UMA AJUDA?.
- CLARO MAMÃE. FIQUE TRANQUILA QUE EU ARRUMO TUDO.
- ARRUMAR O QUÊ???
- A FESTA, MÃE!
- AH SIM! JÁ TINHA ME ESQUECIDO.

A TARDE, A FILHA CHAMA A MÃE NA COZINHA E LHE MOSTRA UM PAPEL PRESO A GELADEIRA COM UMA LISTA DO QUE FAZER:

1- SERVIR CHÁ
2- SERVIR SANDUICHES
3- SERVIR MAIS CHÁ
4- SERVIR DOCINHOS

QUE BOM! DIZ A MÃE. AGORA NÃO TEREI PROBLEMAS. OBRIGADA FILHINHA.
MAIS TARDE, AS "MENINAS" CHEGAM.
HILMA, COMO UMA BOA ANFITRIÃ, ACOMODA AS AMIGAS NA SALA DE ESTAR E VAI ATÉ A COZINHA…
VENDO A LISTA, LÊ:
1- SERVIR CHÁ
ELA LEVA O CHÁ PARA AS AMIGAS NUMA BELA BANDEJA..
DEPOIS COMEÇAM A FALAR SOBRE OS SUCESSOS ATUAIS (LEMBRANDO DE 1930...)
PASSA-SE ALGUM TEMPO E A HILMA, JÁ MEIO NERVOSA, VAI NOVAMENTE A COZINHA E LÊ:
1- SERVIR CHÁ
E SERVE CHÁ NOVAMENTE, E ASSIM O FAZ MAIS QUATRO VEZES.
ALGUM TEMPO DEPOIS, AS "MENINAS" VÃO EMBORA.

ENQUANTO SAEM DO EDIFÍCIO UMA COMENTA COM OUTRA::
- NOSSA! QUE ABSURDO! QUE MÁ ANFITRIÃ É A HILMA. NEM UM CHÁ NOS SERVIU.
E A OUTRA RESPONDE:
- HILMA? QUE HILMA? NEM SEI DE QUEM VC ESTÁ FALANDO.

A NOITE, A FILHA CHEGA EM CASA E ACHA ESTRANHO O FATO DE TODOS OS SANDUÍCHES E DOCINHOS ESTAREM AINDA INTACTOS, ENTÃO PERGUNTA A MÃE:
- MAMÃE, O QUE ACONTECEU? NÃO GOSTARAM DOS SANDUICHES E DOS DOCINHOS?
AO QUE A MÃE RESPONDE:
- QUE NADA! VC ACREDITA QUE ELAS NEM APARECERAM???



Imagens retiradas do Google

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

BONECA DE CROCHE


Um homem e uma mulher estavam casados por mais de 60 anos.
Eles tinham compartilhado tudo um com o outro e conversado sobre tudo.
Não havia segredos entre eles, com exceção de uma caixa de sapato que a mulher guardava em cima de um armário e tinha avisado ao marido que nunca abrisse aquela caixa e nem perguntasse o que havia nela.
Por todos aqueles anos ele nunca nem pensou sobre o que estaria naquela caixa de sapato.
Um dia a velhinha ficou muito doente e o médico falou que ela não sobreviveria.
Sendo assim, o velhinho tirou a caixa de cima do armário e a levou pra perto da cama da mulher.
Ela concordou que era a hora dele saber o que havia naquela caixa.
Quando ele abriu a tal caixa, viu 2 bonecas de crochê e um pacote de dinheiro que totalizava 95 mil dólares.
Ele perguntou a ela o que aquilo significava, ela explicou;
- Quando nós nos casamos minha avó me disse que o segredo de um casamento feliz é nunca argumentar/brigar por nada. E se alguma vez eu ficasse com raiva de você que eu ficasse quieta e fizesse uma boneca de crochê.
O velhinho ficou tão emocionado que teve que conter as lágrimas enquanto pensava 'Somente 2 bonecas preciosas estavam na caixa. Ela ficou com raiva de mim somente 2 vezes por todos esses anos de vida e amor.'
- Querida!!! - Você me explicou sobre as bonecas, mas e esse dinheiro todo de onde veio?
- Ah!!! - Esse é o dinheiro que eu fiz com a venda das bonecas, só sobrou duas.

ORAÇÃO
Senhor, dai-me sabedoria para entender meu marido, amor para perdoá-lo e paciência para aturá-lo, porque se eu pedir força, eu bato nele até matar, pois

EU NÃO SEI FAZER CROCHÊ...
Amém!


Imagem do Google

Tudo O Que é Pesado Flutua No Ár






A mesa onde trabalho tem onze gavetas: cinco de cada lado e uma no meio. Nas gavetas laterais eu coloco as idéias que me aparecem, rabiscadas em pedaços de papel, cada uma delas no lugar que lhe pertence. Tem a gaveta da poesia, da psicanálise, das estórias infantis, da educação. Havendo tempo e desejo a gente vai lá, põe tudo em ordem, e a bagunça vira um livro. A gaveta do meio é diferente. Nela eu não arquivo idéias. Guardo objetos, os mais estranhos e inesperados. Por exemplo, um saquinho de bolinhas de gude. Para quê? Não sei. Faz tempo que não jogo gude.


Acho que as guardei lá pela mesma razão que os namorados de outros tempos colocavam uma flor entre as páginas de um livro: para preservar um momento de felicidade, perdido.
Junto com as bolinhas de gude moro eu, menino que só existe como saudade. De todas as gavetas, acho que esta e a que mais se parece com a nossa cabeça, baú entulhado com memórias de felicidades que tivemos. No mais das vezes tudo fica esquecido, na gaveta e no baú, pois as pressões da realidade deixam pouco tempo para o devaneio.
Mas, vez por outra, uma imagem inesperada faz acordar os objetos adormecidos. Eles se mexem, vem a saudade, e a gente se põe a procurá-los. Não e por isto que temos álbuns de retratos? Arquivos paralisados de felicidades perdidas que retornam quando de novo os vemos.
Pois foi o que aconteceu com minhas bolinhas de gude. E a culpada foi a Mariana. Acontece que ela começou a descobrir o mundo, e dentre todas as infinitas formas que a natureza esbanja, foi das bolinhas que ela se enamorou. Via bolinhas em tudo: ervilhas, moedas, brincos, botões, cerejas, lua, estrelas. Com o seu dedinho ia apontando enquanto a boca repetia a palavra mágica. Foi então que me lembrei das minhas bolinhas de gude. Escarafunchei a gaveta da saudade e fiz-lhe esta espantosa revelação: também eu brincava com bolinhas.
Uma menininha e três bolinhas de gude. Ela brinca. Seus olhos e seus gestos revelam uma enorme alegria.

Pois há tantas coisas divertidas que podem ser feitas com bolinhas: podem ser roladas na mão, podem ser roladas no chão, podem ser jogadas para cima, podem ser batidas umas nas outras, podem ser escondidas. As bolinhas são suas professoras. Estão lhe dizendo: Vê? O mundo é assim, como nós, bolinhas, brinquedos. O mundo é um grande brinquedo.
Tantas coisas divertidas se podem fazer com ele. O mundo é para ser brincado. Os adultos não sabem os professores não percebem: o mundinho da menina com as três bolinhas de gude resume tudo o de importante a ser aprendido: a vida é para ser brincada. Tudo o mais que se aprende geografia, história, física, química biologia, matemática, são bolinhas de gude: brinquedos, objetos de prazer.
Brinquedo não serve para nada. Terminado, guardam-se as bolinhas de gude no saquinho e o mundo continua como era. Nada se produziu, nenhuma mercadoria que pudesse ser vendida, não se ganhou dinheiro, não se ficou mais rico. Pelo contrário: perdeu-se. Perdeu-se tempo, perdeu-se energia. Por isto que os adultos práticos e sérios não gostam de brincar. O brinquedo é uma atividade inútil. E, no entanto, o corpo quer sempre voltar a ele. Por quê? Porque o brinquedo, sem produzir qualquer utilidade, produz alegria. Felicidade é brincar. E sabem por quê? Porque no brinquedo nos encontramos com aquilo que amamos. No brinquedo o corpo faz amor com objetos do seu desejo. Pode ser qualquer coisa: ler um poema, escutar uma música, cozinhar, jogar xadrez, cultivar uma flor, conversa fiada, tocar flauta, empinar papagaio, nadar, ficar de barriga para o ar olhando as nuvens que navegam, acariciar o corpo da pessoa amada - coisas que não levam a nada. Amar é brincar. Não leva a nada. Porque não é para levar a nada. Quem brinca já chegou. Coisas que levam a outras, úteis, rebelam que ainda estamos a caminho: ainda não abraçamos o objeto amado. Mas no brinquedo temos uma amostra do Paraíso. Dizem que o trabalho enobrece. Poucos se dão conta de que ele embota, cansa e emburrece. É certo que Deus, todo-poderoso, trabalhou seis dias para criar o mundo. Foi o mesmo que levou para tirar de dentro da gaveta dos seus sonhos as bolinhas de gude para a brincadeira da vida. Trabalhou para criar um lugar de deleite onde a vida atingisse sua expressão suprema: pura inutilidade, puro gozo, puro brinquedo. A única finalidade do saber adulto é permitir que a criança que mora em nós continue a brincar.
O mundinho da Mariana é muito pequeno. Não vai muito além dos seus braços e das suas perninhas que mal aprenderam a andar. Ela brinca com coisas: bolinhas de gude, bonecas, panelinhas. Nisto ela se parece muito com os gatinhos, cães, potros, que também gostam de brincar. Mas ela já tem uma coisa que eles não têm - uma varinha mágica de condão que fará toda a diferença: ela está aprendendo a falar. A alegria não está só quando ela tem as bolinhas em suas mãos. Ela ri ao falar o nome, mesmo que não haja bolinha alguma por perto: ela brinca com as palavras.
Bolinha, bolinha, bolinha, ela diz. E seu rosto se ilumina. Pelo poder da palavra ela é capaz de brincar com coisas ausentes. Já aprendeu o segredo da poesia.
Pois o que e um poema? É claro que não é a coisa. Se o poema fosse a coisa ele seria supérfluo, desnecessário, pura tautologia. O poema é um objeto impossível que construímos pela magia do jogo das palavras.
Isso mesmo: jogo das palavras: palavras são brinquedos. O silêncio verde dos campos... Onde já se viu isto? Silêncio verde não existe. Mas o poeta brinca com as palavras e o silêncio verde aparece. Quando a Mariana chama as ervilhas e as estrelas pelo mesmo nome, bolinha, ela revela já haver aprendido a transformação básica da fala poética, a metáfora. Pois tanto poderá ver o seu prato cheio de estrelas como poderá ver o céu como um prato divino cheio de ervilhas. E não digam
que estou indo longe demais, pois foi assim mesmo que surgiu o nome Via Láctea - as infinitas gotas do leite espirrado do seio de uma mãe divina sobre o firmamento.
Pois é: ela aprendeu a falar. E ao falar aprendeu a brincar com as palavras. E ao aprender a brincar com as palavras, ela aprendeu a brincar com coisas que não existem. E ao aprender a brincar com coisas que não existem aprendeu a pensar! Lembre-se do que disse Valéry: O pensamento é, em resumo, o trabalho que faz viver aquilo que não existe!
Pense sobre isto: um chato é uma pessoa que não sabe brincar com o inexistente. É aquela pessoa que, depois de ouvir a piada que faz todo mundo rir, faz a pergunta:
Mas isto aconteceu mesmo? Coitado. Só sabe brincar com bolinhas de vidro. Não sabe brincar com bolhas de sabão. O que me leva a enunciar o resumo de minha filosofia da educação, que só me ficou clara quando vi a Mariana brincando com as palavras:
o professor é aquele que ensina a criança a fazer flutuar suas bolinhas de vidro dentro das bolhas de sabão. Tudo o que é pesado flutua no ar.



Rubem Alves

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

EXCELENTE: FRASES ILUSTRADAS SOBRE SEXO
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terça-feira, 4 de outubro de 2011

Dança do ventre no SESC BH

Martha Medeiros e Clarice Lispector

Imagem do Google




Sou uma filha da natureza:
quero pegar, sentir, tocar, ser.
E tudo isso já faz parte de um todo,
de um mistério.
Sou uma só... Sou um ser.
Clarice Lispector

Sempre desprezei as coisas mornas, as coisas que não provocam ódio nem paixão, as coisas definidas como mais ou menos, um filme mais ou menos ,um livro mais ou menos.
Tudo perda de tempo.
Viver tem que ser perturbador, é preciso que nossos anjos e demônios sejam despertados, e com eles sua raiva, seu orgulho, seu asco, sua adoraçao ou seu desprezo.
O que não faz você mover um músculo, o que não faz você estremecer, suar, desatinar, não merece fazer parte da sua biografia.

trecho de O Divã
Martha Medeiros

http://somaiamarguerite.blogspot.com/

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