segunda-feira, 21 de julho de 2014





“Sentia que o relógio chamava para o seu tempo,

Que era o tempo de todos aqueles fantasmas,


O tempo da vida que passou…


Tenho saudades dele.


Por sua tranquila honestidade,


Repetindo sempre, incansável, “tempus fugit”.

Ainda comprarei um outro que diga a mesma coisa.


Relógio que não se pareça com este meu, no meu pulso,


Que marca a hora sem dizer nada,


Que não tem histórias para contar.


Meu relógio só me diz uma coisa:


O quanto eu devo correr para não me atrasar…


Mas o relógio não desiste.


Continuará a nos chamar à sabedoria: “tempus fugit…”


Quem sabe que o tempo está fugindo descobre, 


subitamente,

a beleza única do momento que nunca mais será…


Mas é preciso escolher.


Porque o tempo foge.


Não há tempo para tudo.


Não poderei escutar todas as músicas que desejo,


Não poderei ler todos os livros que desejo,


Não poderei abraçar todas as pessoas que desejo.


É necessário aprender a arte de ‘abrir mão’


– a fim de nos dedicarmos àquilo que é essencial.”


Trecho de Tempus Fugit – Rubem Alves.


Imagens Google

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